quinta-feira, 26 de março de 2015

Formação geológica do Pantanal

Teorias apontam que a formação do espaço geográfico do Pantanal e sua baixa elevação em relação ao mar é proveniente de um evento geológico devido ao tectonismo de placas, o que os geógrafos e os geólogos inferem e defendem como a ideia de Compensação Isostática, que consiste na dedução de que a Terra constantemente demonstra formas de equilíbrio isostático, que seria uma compensação de pressões. No caso dos Andes, podemos fazer uma conexão com o seu soerguimento no processo de choque convergente entre a placa de Nazca (onde temos boa porção do Pacífico Sul) com a placa Sul-Americana (que compreende o continente Sul-Americano e parte do Atlântico Sul) como um aumento de pressão na costa Oeste do continente Sul-Americano e consequentemente, de maneira compensativa, temos uma diminuição das pressões geológicas nas proximidades do Andes, no caso, o Pantanal, formando assim as depressões planas que fazem parte do complexo Pantanal. Esse choque produzindo um enrugamento da crosta, assim a altitude da planície pantaneira não é elevada.

A Planície da Amazônia sofreu o mesmo processo que a Planície Pantaneira
fonte da foto:http://espaconaturaltocolando.blogspot.com.br/2010/04/estrutura-da-terra.html

O Pantanal é uma bacia sedimentar formada por estratificações bem definidas e com uma grande deposição de sílica nas regiões de topo dos estratos (mais recentes, provenientes do Quaternário). A deposição é efetuada por rios meandrantes, que são rios com caminhos tortuosos e com presença de grandes leques aluviais (áreas de material detrítico ou sedimentos que se acumulam abaixo do canal de escoamento) formados por rios. Há uma peculiaridade especial no Complexo do Pantanal, podemos observar com facilidade resquícios bem preservados de feições geomórficas herdados de climas bem distintos que produziram herança geomórficas diferentes, devido as circunstâncias geofísicas durante o Pleistoceno e o Holoceno (eventos como glaciações, por exemplo). A paisagem vem mudando desde o término do Pleistoceno e com o advento do Holoceno, caracterizado por um aumento na taxa de umidade e de calor no ambiente. O aparecimento de fato das áreas inundáveis do Pantanal se situa entre as duas épocas (Pleistoceno e Holoceno).


Foto à esquerda representa a temperatura média da Terra ao longo do Pleistoceno, enquanto a foto da direita representa a temperatura média da Terra durante o Holoceno.
 fonte da primeira foto:http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleistoceno
 fonte da segunda foto:http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/temperaturas_globais_serao_as_mais_altas_dos_ultimos_onze_mil_anos.html

Devido à baixa diferença de altitude ao longo do relevo pantaneiro, presencia-se uma dificuldade de escoamento da água, ficando acumulada por longo período, aproximadamente do mês de Janeiro até o mês de Junho. As regiões do Pantanal não inundam ao mesmo tempo, cada região possui sua sazonalidade própria, mas todas se concentram durante as estações Verão ao Outono. A deposição elevada e constante de sedimentos é responsável por mudanças drásticas no ambiente do Pantanal. A principal depressão plana presente no Pantanal é a depressão produzida pelo Rio Paraguai, depressão está rodeada por planaltos importantes como a Serra de Taquari-Itiquira e a Serra de Maracajú-Campo Grande a Leste, a Serra da Bodoquena e o Maciço do Urucum ao Sul e as chapadas dos Guimarães e Parecis ao Norte.

Área inundada do Pantanal Sul Matogrossense (próximo à cidade de Campo Grande). Podemos observar nesta foto algumas espécies interessantes da avifauna pantaneira, como os Platalea ajaja (coloração rosada), Mycteria americana (brancos com ponta da asa preta e bicos escuros e curvos), Ardea alba (inteiras brancas e com bico amarelado, a famosa garça-branca-grande) e um indivíduo de Jabiru mycteria (o inconfundível Tuiuiú, símbolo do pantanal, com seu papo preto e vermelho, cabeça preta e de tamanho impressionante).

fonte da foto:http://www.bookersinternational.com/our-websites/pantanalbookers/

Também vemos no Pantanal alguns morros testemunhos, que nada mais são que resquícios de formações planálticas que não foram intemperizadas devido a presença de algum mineral mais resitente que os arenitos que são parte da composição destas formações, por exemplo, próximo a Serra do Maracajú nos deparamos com diversos morros testemunhos que não foram erodidos por conta de uma importante camada basáltica presente na sua composição.

 

    Foto: Morro testemunho próximo à Serra de Maracajú


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