Teorias apontam que
a formação do espaço geográfico do Pantanal e sua baixa elevação
em relação ao mar é proveniente de um evento geológico devido ao
tectonismo de placas, o que os geógrafos e os geólogos inferem e
defendem como a ideia de Compensação Isostática, que consiste na
dedução de que a Terra constantemente demonstra formas de
equilíbrio isostático, que seria uma compensação de pressões. No
caso dos Andes, podemos fazer uma conexão com o seu soerguimento no
processo de choque convergente entre a placa de Nazca (onde temos boa
porção do Pacífico Sul) com a placa Sul-Americana (que compreende
o continente Sul-Americano e parte do Atlântico Sul) como um aumento
de pressão na costa Oeste do continente Sul-Americano e
consequentemente, de maneira compensativa, temos uma diminuição das
pressões geológicas nas proximidades do Andes, no caso, o Pantanal,
formando assim as depressões planas que fazem parte do complexo
Pantanal. Esse choque produzindo um enrugamento da crosta, assim a altitude da planície pantaneira não é elevada.
A Planície da Amazônia sofreu o mesmo processo que a Planície Pantaneira
fonte da foto:http://espaconaturaltocolando.blogspot.com.br/2010/04/estrutura-da-terra.html
O Pantanal é uma
bacia sedimentar formada por estratificações bem definidas e com
uma grande deposição de sílica nas regiões de topo dos estratos
(mais recentes, provenientes do Quaternário). A deposição é
efetuada por rios meandrantes, que são rios com caminhos tortuosos e
com presença de grandes leques aluviais (áreas de material
detrítico ou sedimentos que se acumulam abaixo do canal de
escoamento) formados por rios. Há uma peculiaridade especial no
Complexo do Pantanal, podemos observar com facilidade resquícios bem
preservados de feições geomórficas herdados de climas bem
distintos que produziram herança geomórficas diferentes, devido as
circunstâncias geofísicas durante o Pleistoceno e o Holoceno
(eventos como glaciações, por exemplo). A paisagem vem mudando
desde o término do Pleistoceno e com o advento do Holoceno,
caracterizado por um aumento na taxa de umidade e de calor no
ambiente. O aparecimento de fato das áreas inundáveis do Pantanal
se situa entre as duas épocas (Pleistoceno e Holoceno).
Foto à esquerda representa a temperatura média da Terra ao longo do Pleistoceno, enquanto a foto da direita representa a temperatura média da Terra durante o Holoceno.
fonte da primeira foto:http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleistoceno
fonte da segunda foto:http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/temperaturas_globais_serao_as_mais_altas_dos_ultimos_onze_mil_anos.html
Devido à baixa
diferença de altitude ao longo do relevo pantaneiro, presencia-se
uma dificuldade de escoamento da água, ficando acumulada por longo
período, aproximadamente do mês de Janeiro até o mês de Junho. As
regiões do Pantanal não inundam ao mesmo tempo, cada região possui
sua sazonalidade própria, mas todas se concentram durante as
estações Verão ao Outono. A deposição elevada e constante de
sedimentos é responsável por mudanças drásticas no ambiente do
Pantanal. A principal depressão plana presente no Pantanal é a
depressão produzida pelo Rio Paraguai, depressão está rodeada por
planaltos importantes como a Serra de Taquari-Itiquira e a Serra de
Maracajú-Campo Grande a Leste, a Serra da Bodoquena e o Maciço do
Urucum ao Sul e as chapadas dos Guimarães e Parecis ao Norte.Foto à esquerda representa a temperatura média da Terra ao longo do Pleistoceno, enquanto a foto da direita representa a temperatura média da Terra durante o Holoceno.
fonte da primeira foto:http://pt.wikipedia.org/wiki/Pleistoceno
fonte da segunda foto:http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/temperaturas_globais_serao_as_mais_altas_dos_ultimos_onze_mil_anos.html
Área inundada do Pantanal Sul Matogrossense (próximo à cidade de Campo Grande). Podemos observar nesta foto algumas espécies interessantes da avifauna pantaneira, como os Platalea ajaja (coloração rosada), Mycteria americana (brancos com ponta da asa preta e bicos escuros e curvos), Ardea alba (inteiras brancas e com bico amarelado, a famosa garça-branca-grande) e um indivíduo de Jabiru mycteria (o inconfundível Tuiuiú, símbolo do pantanal, com seu papo preto e vermelho, cabeça preta e de tamanho impressionante).
fonte da foto:http://www.bookersinternational.com/our-websites/pantanalbookers/
Também vemos no Pantanal alguns morros testemunhos, que nada mais são que resquícios de formações planálticas que não foram intemperizadas devido a presença de algum mineral mais resitente que os arenitos que são parte da composição destas formações, por exemplo, próximo a Serra do Maracajú nos deparamos com diversos morros testemunhos que não foram erodidos por conta de uma importante camada basáltica presente na sua composição.
Foto: Morro testemunho próximo à Serra de Maracajú
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