quinta-feira, 26 de março de 2015

Mamíferos em evidência (Cervídeos)

Durante este campo efetuado no Pantanal, o que acabou chamando bastante a atenção dos nossos monitores e do nosso professor foi a presença quase que constante e a variedade de mamíferos com os quais cruzamos no meio das nossas caminhadas ao longo dos Transectos a pé. Foi de espanto geral a quantidade de indivíduos da família Cervidae que avistamos, os Cervidae é uma das famílias presentes na Ordem dos Artiodactyla, que são os animais que possuem cascos derivados de duas falanges ou de quatro falanges. São animais bastante impressionantes e belos, foi visto 3 espécies que costumam ocorrer no Pantanal: Blastocerus dichotomus (Cervo-do-pantanal) o maior Cervidae da América do Sul, pode atingir altura de 1,40 m e pesar 180 kg, possuem coloração chamativa que vai de um marrom mais avermelhado ou alaranjado e as patas são de tom preto, normalmente os machos são avistados solitários ou acompanhados por fêmeas no cio ou prenhas, os machos possuem chifres que podem chegar aos 60 cm de ponta à ponta. São animais que se adaptaram a viver em ambiente inundável de fato, apresentando uma membrana interdigital como uma das adaptações para o movimento na água, alimentando-se inclusive de plantas aquáticas basais como Nymphaea sp. Não há uma competição com o gado introduzido no Pantanal por alimento, pois enquanto o gado pasta gramíneas, enquanto este animal se alimenta de plantas como Fabaceae dos gêneros Aeschynomene sp. e da espécie Discolobium pulchellum. O que ocorre de problemas entre o gado e os Cervos-do-Pantanal é o fato do pisoteio do gado sobre estas plantas.

                                         Indivíduo macho adulto  
                                         fonte:https://www.pinterest.com/pin/401031541791813040/                                

                                          Fêmea adulta com filhote à esquerda.
                                          fonte:http://deuciarruda.zip.net/arch2011-07-24_2011-07-30.html


Outro indivíduo que apareceu algumas vezes e se assemelha bastante ao Blastocerus dichotomus causando algumas dificuldades na identificação, pois quando estamos no campo não sabemos ao certo o estágio de desenvolvimento do animal (se é jovem ou adulto) foi o Cervidae da espécie Mazama gouazoubira. No entanto algumas características físicas e comportamentais nos auxiliam na distinção destas duas espécies, os M. gouazoubira são animais de porte menor, com coloração marrom-acinzentada, seus chifres durante a fase adulta não ultrapassam os 12 cm e são simples e retas, possuem hábitos solitários e habitam mais regiões de campos e matas mais densas.
Quando filhotes, a tonalidade da pelagem do Veado-catingueiro é marrom-acinzentado com pintas brancas. Se alimentas de gramíneas, mas possuem um cardápio até que variado, sendo inclusive frugívoros e se alimentando também de leguminosas (família Fabaceae).

                                         Veado Catingueiro macho adulto
                                         fonte:http://www.ecoregistros.org/site/imagen.php?id=7126

                                        Filhote de Veado Catingueiro
                                        fonte:http://www.caliandradocerrado.com.br/2012/03/veado-catingueiro.html

A última espécie de Cervidae que nos chamou a atenção foi o Ozotoceros bezoarticus (Veado Campeiro) que ocorre em áreas mais abertas e campestres, possui chifres com três pontas de tamanho aproximadamente 30 cm, possuem região ventral branca, alimentam-se de gramíneas e não tendem a se aproximar de galerias, são animais de porte aproximadamente equivalente ao dos Blastocerus dichotomus com seus 1,20 m e 1,40 m de altura.

                                          Indivíduo adulto de Ozotoceros bezoarticus macho.

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